Gladiador

Com fio de esperança, trama de desejo,

Teço meu sentimento pensando nela;

Só nesse tapete mágico, voador, eu vejo,

Um jeito de invadir da amada, a janela...

Sei que seu verde olhar na conversa,

Extrairá as mais belas palavras que tenho;

Enquanto repousa o meu veículo persa,

Admiro esculturais motivos por quais venho...

A pele inda arde cercada de chamas vivas,

Enquanto espero que ela use o extintor;

E fazendo isso possam luzir suas duas olivas,

Ou quase isso, dada a força da sua bela cor...

Minha tolerância com esse parco desamor,

Acabou, vou lançar, pois, minha bravata;

Que escolha as armas, eis-me, gladiador!

Onde acabo com ele, ou, ele me mata...

Sei que o imperador quer que eu morra,

Isso diverte a plateia, e desvia a atenção;

Claro, é bem possível que isso ocorra;

Mas, também é um tanto plausível que não...

Há coisas mais dignas que viver sem sentido,

Que a solidão, pois, engula a sua corneta;

uns morrendo assim, pra sempre têm vivido,

morrer de amor, eternizou Romeu e Julieta...