Ao Norte do Amar

Enquanto isso da soleira da porta

O mar verbaliza com o sol, dando lugar a lua

Ganhando os céus, beijando as águas,

Enfim, fazendo da noite, uma criança!

Pelas anáguas do tempo

Letras transformam-se em codinomes,

Como num passe de mágica, palavras se intuem

Mesclam-se a poesia vindoura da voz rouca

Feito um blues do Mississipi, locomotivas ao amor!

O que foi escrito no firmamento,

Só é audível pelo coração!

Verbos de um poeta entontecido

Pelas luzes da madrugada, refletindo

Sob a musa de seda negritude, insinuadora,

Natural como a flor no solitário,

Surgem pelo leito, brotam do peito desnudo!

Depois do silêncio que pairou por um instante,

Cores se multiplicaram, olhares descreveram

O beijo como se a vida dependesse dos lábios

Numa mistura pel’alma encharcada de paixão,

Da fantasia nutrida pela sofreguidão da prece,

E as velas içaram-se ao norte do amar!

04/01/2013

Porto Alegre - RS