Perseverança

Já fazia tempo em que o tempo

Era silêncio...E eu já não mais me policiava

A cor da camisa desbotada

O tamanho da barba,

A cachaça tão braba...

No mais, era sapato, terno e gravata

E eu dizendo que vivia normalmente

Como se não fosse evidente

Que eu sofria à tua voz calada

"Eu estou feliz", o mesmo dizia

Mas todos sabem que o silêncio da paz

Não pertence a quem fingia

O interesse de correr atrás

E de tanto correr, tropeçar e querer

Consegui ver-me de frente,

Não se tinha mais nada a fazer,

É ela quem me deixa contente.