Segredo
Penso: Ah, se inclino em teu corpo reclinado,
Na cortina que dizem ser saia, perderia o caminho!
Seria pássaro Sibito roubando o teu ninho,
Mas com alma de beija-flor em teu lábio perfumado!
Enquanto outros lábios me pedissem para tê-los,
Eu seria para tua graça, boca assim não tão santa,
Que de longe escutariam os gemidos da garganta...
Seria numa noite como a cor dos teus cabelos!
Ah, como seria ágil um só dedo
Em tua flor delatada, em tua flor coberta,
O que outrora erá saia, seria cortina aberta...
Me colocaria em ti, ora transparente, ora segredo!