II. A SENHORA DE PRATA

A “Senhora de Prata”

Feita de LUZ

Rebrilha na noite...

Perolada,

Nacarada,

Etérea e Pura,

Inatingível,

É o Luzeiro da Noite,

É o Luzeiro do Céu...

Olhos esvoaçam

Procurando mais vê-la.

No espelho do lago

Refletem-se lampiões

De luzes prateadas.

Ante tanta beleza

Voláteis suspiros

Sobem aos Céus...

( - A “Senhora de Prata”

Recolheria

Os suspiros meus?...

Ou a Rainha da Noite

Só recolhe os sorrisos

Dos luzeiros só seus?!...)

A “Senhora de Prata”

Ilumina a noite

Brilhando no Céu...

Perdida na terra

Uma vela pequena

Com sua luz bruxuleante,

Tímida e só,

Queima-se aos poucos...

Consome-se e chora

Humilde e pequena...

Aquele cenário

De beleza inaudita

Não era o seu...

No quarto tão pobre

Aos poucos se esvai...

Muito devagarzinho

A vela piscava

Destino aceitava

Até que findou.

No silêncio da noite

Ninguém se importou

Com a Luz tão pequena

Que a si apagou.

Mas a “Senhora de Prata”

Dobrou-se no céu

E num Raio de Luar

Recolheu o que fora

Um lume tão pobre

Com lágrimas-sebo

E negro pavio...

... É por isso que, à noite,

A “Senhora de Prata”

Possui no seu manto

Pequenos pontinhos

Brilhantes, de Luz:

São os últimos restos

Das velas que queimam

Sozinhas, humildes,

Consumindo-se em dores

Sem nada pedir

Pois reconhecem, humildes.

O pouco são...

A “Senhora de Prata”

- A que tudo vê -

Percebe que todas

Do seu modo pequeno

Iluminaram o chão;

E recolhe seus restos

- É piedosa Sua Mão! -

Bordando-os no Manto

E as transformando em Estrelas...

A “Senhora de Prata”

- A Rainha da Noite! -

É a que recolhe

Os suspiros dos sós...

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 01/02/2013
Código do texto: T4117765
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