POESIA SEM ROSTO

POESIA SEM ROSTO

Do meu peito irrompe esse monólogo.

Estrelas como guias, solenizando esse ideário!

Debruço-me sobre a varanda da esperança, na espera,

De serenar essa flama que me consome aqui no peito!

A ver voar borboletas por entre sonhos,

A delinear teu rosto aqui na minha face.

Seu jeito, seu doce, seu cheiro, sua faceirice,

São como flores da primavera, lírios suntuosos dos campos...

Na mulher cujos encantos meu coração proclama,

As minhas fantasias, a fazer espelho nos seus lábios.

Versos de uma inspiração que inebria, e que me abisma,

Até os ínfimos recônditos singelos da minha alma!

Seu sorriso é como pôr-do-sol, brumas cediças ao cair da tarde.

Riso de felicidade a fazer do meu rosto as mais vivas aquarelas,

Vivas e, intensas, a exprimir os regozijos que me contagia, porque lhe amo.

E toda vez em que, nos meus lábios seu nome dance, seja poético!

E o orvalho que se emoldura na minha face, sejam brisas que passam...

Como garoa afável, toda vez em que você, se fizer ternura, se fizer saudade.

Albérico Silva