Cálices
Os olhos dela são cálices
De puro veneno e sal
Sua boca traz um doce mal
Que me leva aos ápices.
Tem em seus cabelos a morte,
Na andar as brisas e o vento
No passo meu tormento
E na palma leva a sorte.
Nos dedos leva a frieza
E na alma toda a culpa.
Nas palavras me insulta
Senhora da avareza.
A menina da devastação
Leva uma pedra
No lugar do coração.
Tem nas mãos meu ser
Meu tudo, meu viver.
Tem em si um eu.