GUARDANAPOS

Carrego guardanapos rabiscados de poemas,

e um sustenido insistido pelo trema,

numa solidão assistente do sorriso

escapado por que nunca foi p'ra mim

Já não me importa serenata nem dilema,

eu aqui sou o que teima

meu Amor é todo seu, insisto,

mas quem disse que o nariz eu arrebito?

De qualquer forma a memória não é de queima,

teu retrato me mostra a fêmea

cujo Amor quero só meu porque sou quisto

em mundos tão sombrios, que de luneta tudo visto

é a noite clara de um luar que é só o tema,

não sou artista nem sei escrever a pena,

meu canto é baixo pois meu sonho é esquecido,

mas conheço o mapa pelo tudo que foi dito

o meu Amor é teu genoma

e o teu sexo a minha soma

quero só fogo porque vivo ao teu lado

canções que pintam o jardim aquarelado

onde o anjo é só uma pedra

da lágrima que secou