Os Maias

Vou contar a história
De um livro que li
Em forma de cordel
De bate pronto escrevi
A coisa mais maluca
Que eu já vi

As paredes do Ramalhete
Aos Maias sempre foi fatal
Pedro da Maia
Puxara da mãe o lado sentimental
Dom Afonso, seu pai
Pensava de maneira racional

Em uma tourada
Pedro conheceria
Uma linda dama
Chamada Maria
Seu pai era negreiro
Mesmo assim ele a amaria

Contra a vontade do pai
Pedro com Maria se casou
Teve com ela dois filhos
Que nunca criou
Dom Afonso bem que dizia
Que Maria nunca prestou

Maria Monforte
Com o italiano partiu
Viajando pela Europa
Convenientemente fugiu
O italiano em um duelo de espadas
De forma trágica sucumbiu

A pequena
Com a mãe ficou
O pequeno
O avô criou
Pedro da Maia
Com um tiro no peito se matou

Afonso criou Carlos
Para ser um forte
Para que o neto
Na vida encontrar um norte
Não deveria ser igual ao pai
Que era um fracote

Carlos Eduardo
À maneira inglesa foi criado
Pelo avô
Sempre foi amado
De João da Ega
Ficou bastante amigado

Depois de crescido
Do seu avô se separou
Na universidade em Coimbra
Muita mulher conquistou
Depois de muito estudo
Em medicina se formou

O pai negreiro de Maria
Doente morreu
Com o passar do tempo
O dinheiro desapareceu
Foi em Paris
Que a vida fácil aconteceu

A pequena
Monforte no internato enclausurou
Depois de tudo isso
A Mac Green apresentou
E teve com ele em Londres
Uma filha que muita fome passou

A coitada da Maria Eduarda
Sobre seu passado sempre perguntava
Sua mãe Monforte
Jamais contava
Se a filha insistisse
Com muita raiva ficava

Depois de formado
No Ramalhete Carlos novamente se estabeleceu
Maria Eduarda com Castro Gomes
Em Lisboa apareceu
Carlos num belo dia
Maria Eduarda conheceu


A filha de Maria Eduarda
Ficou doente
Dâmaso colocou
Maria e Carlos frente a frente
Irmãos separados
Por uma mãe demente

Por Maria
Carlos se apaixonou
Damaso ficou com ciúme
E não gostou
E para Castro Gomes
Tudo contou

Mas o incrível é que Castro Gomes
Não se revoltava
E no Ramalhete
Para Carlos contava
Disse que Maria
Era uma mulher a quem ele pagava

Carlos então
Se indignou
De um passado que Maria
Nunca revelou
Mas mesmo assim
O amor entre eles continuou

O Senhor Guimarães
Amigo de Maria Monforte
Chegou em Lisboa
Em um dia de sorte
Revelando a João da Ega
Um segredo muito forte

Guimarães contou a Ega
Que Carlos, de Maria é irmão
Ega deveria
Contar a eles tal revelação
No entanto Ega
Não queria sujar sua mão

Mas um dia
Tinha que revelar a novidade
No entanto a família Maia
Viraria chacota na cidade
Mas ambos tinham que saber
A dura realidade

Ega revelou tudo a Carlos
Que no começo não acreditou
Mesmo assim
Seu amor por Maria ainda continuou
Seu avô que descobriu tudo
Com desgosto ficou

No jardim do Ramalhete
O Avô morto se encontrou
Então para Maria
A verdade se revelou
Sua irmã então
Para Paris se mandou


 
Bruno Valverde
Enviado por Bruno Valverde em 29/01/2013
Reeditado em 28/02/2018
Código do texto: T4112268
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