QUE O AMOR DURE...

Oh! Minha linda menina

Flor da mata que vive na resina

Não sou este resíduo nem sina

Que dissolve ao pó de amido

Não sou escuridão sou linfa que em ti corre

Sou coadunação que escorre no suor do teu umbigo

Sou o fecundar de tuas vazas deletérias

Sauna de amor a abrir teus poros em procissão

Na tua pele cobertor eu prossigo a descoberto

Há tanta curva traiçoeira...

Já sinto o pulsar e o vibrar da tua cadeira

Incandescente é tua cremalheira

Venho e te retenho com os dedais das dedaleiras

Flor de campainha vermelha presa na cordilheira

Tua boca é de menina faceira

Tu cheiras a orvalho desambiguado de sexta feira

É pólvora que brilha qual luxúria de amante

Faz do beijo a hospedeira cristaleira de minha língua

E da eternidade do gozo o instante que não míngua

Riacho doce que serpenteia na volúpia ondulante

O teu gene de loba uiva quando a noite chega

Desfez-se da tragédia as dores de tua sina

Tua ultima entonação é agonizante estricnina

Envolvente como queijo em chapa quente

Morres no meu plexo ainda bruxuleante como Julieta

Mais o teu caldo doce como óleo de lamparina

Escorrendo acendeu o corpo denso de Romeu

E roubou de Prometeu o fogo por ele roubado

Pra enlouquecer em brasas quentes dentro do seu amado

Que em piruetas espiraladas te trouxeram nova vida

Ignorando os inúmeros e mitológicos adversários

Então macho e fêmea se fizeram eternos nos aniversários

E foram felizes para sempre como num mágico passe

Enquanto o sempre para sempre durasse...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 27/01/2013
Código do texto: T4108752
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