QUE O AMOR DURE...
Oh! Minha linda menina
Flor da mata que vive na resina
Não sou este resíduo nem sina
Que dissolve ao pó de amido
Não sou escuridão sou linfa que em ti corre
Sou coadunação que escorre no suor do teu umbigo
Sou o fecundar de tuas vazas deletérias
Sauna de amor a abrir teus poros em procissão
Na tua pele cobertor eu prossigo a descoberto
Há tanta curva traiçoeira...
Já sinto o pulsar e o vibrar da tua cadeira
Incandescente é tua cremalheira
Venho e te retenho com os dedais das dedaleiras
Flor de campainha vermelha presa na cordilheira
Tua boca é de menina faceira
Tu cheiras a orvalho desambiguado de sexta feira
É pólvora que brilha qual luxúria de amante
Faz do beijo a hospedeira cristaleira de minha língua
E da eternidade do gozo o instante que não míngua
Riacho doce que serpenteia na volúpia ondulante
O teu gene de loba uiva quando a noite chega
Desfez-se da tragédia as dores de tua sina
Tua ultima entonação é agonizante estricnina
Envolvente como queijo em chapa quente
Morres no meu plexo ainda bruxuleante como Julieta
Mais o teu caldo doce como óleo de lamparina
Escorrendo acendeu o corpo denso de Romeu
E roubou de Prometeu o fogo por ele roubado
Pra enlouquecer em brasas quentes dentro do seu amado
Que em piruetas espiraladas te trouxeram nova vida
Ignorando os inúmeros e mitológicos adversários
Então macho e fêmea se fizeram eternos nos aniversários
E foram felizes para sempre como num mágico passe
Enquanto o sempre para sempre durasse...