O ninho
Um contraste entre o tímido e o exagerado,
está visível, você bem sabe, mesmo eu sei;
camuflei meu amor com um rosto fechado,
declarei ao vento, em cada flor que plantei;
esse amor é ave esquisita, porém, sincera,
e você verá quando olhar pelo lado interno;
outras aves fazem os ninhos na primavera,
não sei por que, estou a pensar no inverno;
se tua pele de geada, cobrir o meu pampa,
vai ser um deleite, quem tem medo do frio?
Esse amor e calor, qual a panela e a tampa,
fará de uma outra vertente o nosso arrepio;
e, ser feliz, às vezes demanda certos riscos,
além de não dar bola para o alheio teretetê;
Deus já fez o inverno, eu busquei uns ciscos,
e você, minha amada, ousarás fazer o quê?