Amor em C maior
Se o passado convergia à falsa liberdade
A aversão que havia ao compromisso
Arrastava-me o destino a ti, sem saber
Que o amor me habitava, omisso
De tantas em tantas, era fato
Do que recebia, talvez ingrato
Mas sensato, na esquiva sem me prender
Face ao medo do desconhecido, hesito
Mas isso é outrora, que mesmo na demora
Envolveu-me sorrateiramente, sem perceber
Ante a luz dos teus olhos, derramei-me
No vislumbre de um futuro mais que promissor
Gerado, fixado, empossei-me com todo ardor
Sentimento armado e cravado com um tiro certeiro
Senti-me o primeiro, um príncipe encantado
Não por menos, pois é repleta
Adjunto adnominal de virtude, mais que completa
A prometida, inobstante à surpresa
Deu-me à vida, sobrepôs-me
E a fez mais querida
Foi salutar a paixão gerada, inesperada
Como uma toada, inspirada em sentimento
Que canto em tom maior
Em C me dou melhor
Por ter você em pensamento
Agradabilíssima surpresa, da janela do quarto
Estava eu no aguardo
Na imagem da silhueta, bela e formosa
Tomou-me uma subliminar intuição
De um sonho impetuoso e profético
De fazer de ti minha morada, em teu coração
(Para Claudia)