FOI NUMA NOITE ASSIM
Em que eu te conheci, em que estavas perto de mim
Em que te perdi
Foi numa noite assim
Em que brotaram de mim lágrimas de alívio por te conhecer
A busca eterna acabara, liquido que regou o jardim do meu querer
Querer que há amores que até podem ser eternos
Página em branco da nossa vida o caderno
Onde desenhamos os sonhos
E escrevemos ideais
Pois eu sem ti nada sou
Desejo que se consome a si próprio e pede mais, mais…
De mim para ti e de ti para nós
No consolo carinhoso de mesmo estando nunca nos sentirmos sós
Nesse canto divino que eleva aos céus a nossa voz apaixonada
Sábias palavras que ocupam e fazem a nossa própria estrada
Que até pode levar ao infinito
Embora em cada dia que passe
Eu acho tal um mito
Em que não sei
Se realmente acredito
E é estranho…chove na eira, de uma adolescência onde te queria mais do que nunca à minha beira na promessa de uma primavera que se promete a si própria mas que demora
Estando eu expectante pela sagrada hora
Onde te possa encontrar e amar pela eternidade fora
E é então que se solta um berro de alívio, ou de dor
E não um suspiro do mais terno amor
Porque neste poema que quero marcante
Não te tenho por perto
Como dantes
Nesse tempo ambíguo e mentiroso em que te dei uma maçã a provar
Que se a trincasses seria prova do mútuo amar
Reparo nesta altura que mais caminhos tenho que escrever
Tendo feito apenas uma pausa na vã tentativa de te ver
Esforço inglória, mais um na minha conhecida história
De que não quero guardar nada
De que abjuro esse lugar comum da memória
Olho então para a mesa virtual dos afectos
Reparando na fruta intocável
Divino objecto que serve apenas de algo figurativo
Para um qualquer artista desenhar
Um poeta talvez que a saiba representar
Neste caos supremos de letras e rimas
De rimas e letras
Que me dão a sensação que a poesia
É uma treta….
Mas não é…ela é um berço de perene consolo
Para onde eu volto depois de mais um lírico dolo
Ela é a cama perfumada e envolvente onde gosto e detesto consolar
Depois de mais uma batalha de amores perdidos que estou sempre a travar
Porque afinal de contas, nas contas de uma bela e confusa existência
Que numa noite destas esvai a paciência
Porque ao fim ao cabo
Foi numa noite assim
Em que o amor
Nasceu e morreu
Pela simples e nunca explicada razão
De vocês minhas ninfas falhadas
Me ignorarem e tudo ter um começo, tudo ter um fim
Foi numa noite assim…