AMOR PRIMAVERIL
Queria poder recostar minha cabeça
No teu colo quente e sentir
O teu respirar de hálito morno
Que me faz sentir vivo em teu entorno
Este vapor de hortelã fresca
Que colho nos teus beijos de flor
Como nas manhãs ensolaradas
Desabrochando em doces primaveras
Sentir o teu florir na tua pele em arrepio
E minhas mãos percorrendo teus polens em cios
Que crescem em estados silvestres e macios
Densos arfares como o vento que toca e embala
Levemente as flores rasteiras da campina
E fazem fremir o farfalhar intenso de tua pele
Como as palmeiras que dançam e que a tudo anima
Há tanto mistério a ser desvendado
Há tanta vida desabrochando
Há tanta primavera nos teus olhos
Há tantas frescas orvalhadas pra se recolher
No teu colo de mulher
Há tanto ser no teu ser
Como um incensório queimando mirra
Dissipando a escuridão que se dissipa
Como um sol brindando o meu amanhecer.