EM ALGUM LUGAR DO PLANALTO
Apenas sou um ser
até mesmo desimportante
porventura indivíduo invisível
que lhe contempla a distância
no platônico sentimento
de um dia tornar-me visível,
sólido e apreciativo
aos teus olhares magnânimos...
tu és meus melhores motivos
dos meus dias, dos meus amanheceres
és minha angustia
ao dia clarear, sem tua presença...
tu és meu presente raro
eu tua surpresa, tua notícia esperada
solitário te desejando, não podendo
sempre transcendendo,
criador de uma alegria sublime
mas inocente por desejá-la
mesmo no imponderável alvitre, sonho...
ter-te em meus devaneios
e saborear teus pensamentos, ler-te
eu sei dos teus desconsolos
e das tuas alegrias,
mas você nada sabes
das minhas fraquezas
nem dos meu temores
nem tão pouco o grau da minha subsistência...
somos dois protagonistas
entre a vida coadjuvante,
você no palco
eu, no ultimo banco da platéia...
Romulo Marinho