LUA
Nas esquinas que eu cruzei
Debruçada sobre as asas do tempo
Na leveza de uma sublime brisa
Em afagos, tocaste-me os cabelos.
Doce magia que ressurge
Ao entoar teu canto sonoro
Nas brumas de uma saudade gritante
Enfeitiçado, suga-me pelos poros.
Rompo a imensidão, a buscar
O teu olhar, uma doce satisfação
Esse amor enfeitiçado, aguçado
Que me rasga as entranhas.
Qual mão audaciosa, quando
Rasga-me o véu , e sem pudor
Bebe na minha fonte. Em
Delírios, quebra o silêncio na madrugada.
A brisa esvoaça, qual
Rosa despetalada
Que ao vento voa, enquanto
A lua se deleita em delírios nefastos.
Lua que vigia, que registra
Teus amantes, teus algozes
Uma dança no presente
Do que vivemos sob o teu olhar.