Olhos de fogo
Olhos de fogo
Ainda hoje desde antanho
eu penso em você todos os dias.
Antes era dor de cruel tamanho
que eu quase morria.
Sentia-me desgastada louca alienada
em toda gente eu te via.
Mas ao passar do tempo virei uma
névoa parada, uma tristeza,
que se infiltrou em m'alma.
Um dia qualquer eu não lembro
eu vi a sanidade passar, calma,
virando-se para traz
ela olhou-me prepotente
como se eu não fosse gente
e nem precisada de paz.
Hoje guardo de ti a lembrança
mais bonita numa melancolia calma
que as vezes se agita
quando te vejo, e meus olhos não te fitam.
Um sentimento antigo acorda recordando tudo.
Eu sigo em frente aguerrida sentindo teus
olhos de fogo, temendo estar perdida, querendo voltar,
olhar, ter de novo inteiro o meu coração.
Mas não posso mais com teu amar volúvel que
me causava tanta desilusão.
As tuas ausências doloridas, o ar vazio,
o silêncio, agonia, o medo,
que açoitava de dor a minha solidão.
Lakshmi
(L.T.)