Ausente...
Amor, quero estar ausente
Para estar presente na tua essência.
É nela que encontro as respostas
Das perguntas que me faço...
Sou silêncio absoluto no teu olhar,
Miro, calado, as chamas que ardem
Nas curvas negras das tuas pupilas,
Aquecendo a desmedida incontinência
De todos os meus desejos de ti.
O meu não ser não implica a distância
De tudo e todos: suplica, sim, exige ele
Apenas, a tua sintética, imprescindível
Existência na frágil impermanência do existir.
Assim, retraído no vasto olvido de mim,
Lembro-te, qual imagem imortalizada:
E sinto perfumes, sabores e texturas
Do sagrado e do profano que coexistem em ti.