Hoje...

Não ergo meu doce olhar

Neste apogeu de desvarios

Onde a vida já não é vida

E os sonhos perderam a cor...

Só o silêncio, nesta ilusão amarga, d’um possível regresso

Destas sinuosas curvas que o destino escarrou...

Não acendo as luzes

Faltam motivos para usar um batom

A sombra do teu corpo nos lençóis foi tudo que restou...

Entre as portas, as janelas cerradas,

As caixas de vidro

Os frascos , Os gritos..

O pouco do amor que ficou...

E o amor que inda vive, como outro que existiu

Era tudo teu

E o mundo, nosso

Hoje, nada!

Somente o medo de abrir as janelas e deixar o sol bater...

Somente a dor desfigurada do desentendimento, das des-horas

Nenhum momento de alívio...

Meu eu sem nenhuma oração a Deus,

De esperança...

E de quanta esperança desperdiçada eu inda vivo?

E nem disso, nem disso!

Anna Beatriz Figueiredo
Enviado por Anna Beatriz Figueiredo em 20/01/2013
Código do texto: T4095337
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