LEMBRANÇA DE UM OLHAR
Hoje enxugo as lágrimas da chuva que chora copiosa.
Na cumeeira a coruja rubra e, no céu o cavaleiro gentil.
Que se abram as portas do céu e deixem-me entrar...
Não há castigo ou chibata, não há grito que atordoa pardais.
Por trás das verdes rochas, olhos semi-cerrados e um sorriso...
Não há tempo que faça-me esquecer...
Das mãos forjadas no aço, das vestes negras ultrapassando espaços...
Ah! Permita-me por uma noite...
Quem me dera ser a tua senhora ou mesmo uma rosa em tuas mãos...
Hoje sou folha que desprende-se ao vento - carregada de emoções...
Dor sem explicação, apenas vácuo, espaço e a saudade.
Outrora, passado, lembranças e agora? Somente o teu doce olhar...
O herói estampado na face - palavras ponderadas, medidas e perdidas...
Será que está em algum Norte? O amor é morte?
Se assim o for, eu terei a sorte?
Quantos caminhos terei que trilhar?
Nada até agora! Suspiros e suspiros...
Eu quero sim o arrebatamento dos teus beijos.
Finalmente ferver o sangue em minhas veias...
Não é ladrão. Mesmo assim roubou o meu coração.
O véu da noite desfaz-se, esvaindo em solo fértil tão grande emoção.
A quem mais direi tudo isto? Quero-te e repito, quero-te - meu amor.