Adeus

Um dia você se foi...

Desmanchou em seu rosto o sorriso que eu afirmei ser eterno.

Silenciou sua voz, que eu acreditei ser dos anjos.

Fechou seus olhos, que eu disse ser a mais pura fonte de luz.

Parou nesse dia o movimento sensual do seu corpo, que nunca cansei de admirar.

O vento foi então, proibido de soprar seus cabelos...

O vento foi então, proibido de espalhar o perfume de sua pele, agora pálida.

A partir desse dia a terra já não seria marcada por suas pegadas.

Suas mãos macias não mais colheriam as flores no campo...

E você não mais dançaria alegremente sob a chuva...

E você não choraria lágrimas prateadas sob a lua... Solitária.

Mas... Ainda assim, num último gesto de benevolência, permitiu que as rosas imitassem sua beleza.

E o campo santo ficou, assim, enfeitado como nunca.

O meu último sorriso foi para a visão do seu espírito subindo aos céus, com grandes asas brancas.

A dor da separação foi amenizada quando o vento produzido por suas asas bateu em meu coração...

Minha última palavra foi um adeus, sussurrado com dor...

E a lágrima que rolou por minha face não foi a última, mas sim a primeira, de muitas que rolarão de saudades.

O dia em que você se foi surgiu mais uma estrela no céu...

Mais uma testemunha muda da morte de um coração que soube o significado do amor.

P L Porcino
Enviado por P L Porcino em 19/01/2013
Código do texto: T4094005
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