Adeus
Um dia você se foi...
Desmanchou em seu rosto o sorriso que eu afirmei ser eterno.
Silenciou sua voz, que eu acreditei ser dos anjos.
Fechou seus olhos, que eu disse ser a mais pura fonte de luz.
Parou nesse dia o movimento sensual do seu corpo, que nunca cansei de admirar.
O vento foi então, proibido de soprar seus cabelos...
O vento foi então, proibido de espalhar o perfume de sua pele, agora pálida.
A partir desse dia a terra já não seria marcada por suas pegadas.
Suas mãos macias não mais colheriam as flores no campo...
E você não mais dançaria alegremente sob a chuva...
E você não choraria lágrimas prateadas sob a lua... Solitária.
Mas... Ainda assim, num último gesto de benevolência, permitiu que as rosas imitassem sua beleza.
E o campo santo ficou, assim, enfeitado como nunca.
O meu último sorriso foi para a visão do seu espírito subindo aos céus, com grandes asas brancas.
A dor da separação foi amenizada quando o vento produzido por suas asas bateu em meu coração...
Minha última palavra foi um adeus, sussurrado com dor...
E a lágrima que rolou por minha face não foi a última, mas sim a primeira, de muitas que rolarão de saudades.
O dia em que você se foi surgiu mais uma estrela no céu...
Mais uma testemunha muda da morte de um coração que soube o significado do amor.