A MOÇA DA JANELA

Se não paras na janela,

E não deixas por um pouco,

Por um momento te ver,

Parece até que não estou,

Nem aí para você.

Para ficar mais fácil,

Para mim e para você,

Tu finges que me olhas,

Eu finjo que vejo você.

Fazemos de contas então,

Que ninguém quer se ver,

Você olha para o infinito,

E eu olho pá você.

Mas, se de repente agente,

Um olhar no outro cruzar,

Não se apresse nem disfarces,

Deixa por um instante,

Meu olhar no teu pousar!