A CARTA
Esperei-a tanto.
Foram dias e dias de expectativa.
E a cada vez eu dizia:
vai ver não teve tempo de escrever.
Não tinha papel...
até caneta eu disse que faltou,
como desculpa!
Mas o tempo passou
sem que o carteiro a trouxesse...
Agora, finalmente eu a tinha nas mãos.
Apertei-a no peito como um tesouro
e abri-a bem devagar.
Olhei para aquela página em branco
sem entender.
No meio, apenas uma palavra,
fria, simples, definitiva.
Com os olhos marejados de lágrimas,
um aperto na alma,
compreendi que tudo acabara.
Em voz alta,
li então aquela única palavra: ADEUS!