Perdoa-me!

Por vezes senti-me deprimida

Moída pelo vento forte que embolou meus cabelos e pensamentos

Arrastei-me e cheguei a ver-me sem saída

Ficando a chorar por imaginar quais seriam os próximos tormentos

Não resignei a depressão

Insanamente (ou não) rejeitei a medicina

Pensei apenas que se a tristeza eu dissesse: Não!

Sararia minha alma, mente e retina

Ao chorar sentia vergonha pela falta do sorriso

Do qual o brilho em meu rosto fazia-me dar orgulho a quem sempre mereceu

Vi-me como uma louca sem juízo

Pois se há na Terra uma pessoa com motivos de felicidade, essa pessoa sou eu

Chorar embrulhava-me em uma cortina transparente

Que as vezes se tornava turva e temível

Mais uma vez senti-me demente

Porque sabia que poderia ser menos sensível

Com tudo isso meu desejo é falar

Que me sentir triste é blasfemar

Pois tenho a mais nobre das mulheres a me amar

Sem contestação

Digo que chorar é uma infeliz decisão

E por fazê-la sofrer junto comigo peço perdão

Fui por vezes infiel

Troquei o clima de amor pelo amargo fel

Que engoli e cuspi em quem deu-me como limite o céu

Em ti sou a melhor pessoa do mundo

E possuo por sua pessoa um amor profundo

Que enche minha alma, antes triste, de felicidade e torna meu espírito jocundo

Perdoa-me pelas vezes que te fiz chorar

Me desculpe pelas vezes que não quis seu cabelo afagar

E mais uma vez perdoa-me pelas vezes que só fiz te ignorar

Hoje digo sem medo que: Tristeza agora jamais

Tendo mãe como a que tenho, solidão, carência e dor são fatais

Pois não pode ser triste a filha de Maura Antunes de Morais!