Onde adormecem os sonhos?
Existe um beijo que nunca foi dado
e os desejos em erupção sob a pele
Ouço ao longe uma canção
que me faz lembrar um fado
exaltando os anseios d’um amor
Que a minh’alma impele
o cheiro das flores, que nuas
banham-se e se perfumam ao luar
Entre os corpos celestes e o rubror dos gemidos
que explodem ensandecidos e enluarados
Nascem os espasmos ao pé do umbigo
fluídos de prazer, seiva da vida na sede de amar
Adormecem a lua e as estrelas recém-nascidas
sobre o infinito de anil e as nuvens de algodão
E onde adormecem os sonhos?
Aconchegados entre as pernas da realidade