Cálice de Amar

Nua como está pele tua

São as letras da pena escrevedora,

Divagando entre as paralelas alvas

Nesta folha sem pautas, quase viva

Certa do entrelace do luar ao anoitecer!

Do sussurro melodia insana

Sem culpa do silêncio envolvente no seio,

No veio pequeno, abrangente teu beijo

Quero no ventre o todo da chama, chama-me

Em cálices suspensos, um brinde ao sentir!

Abre xale teu solene, peito sofreguidão!

Oh! Gemido do colo desenha-me em afagos

Sorva meus lábios em versos, reversos,

Dos céus tens o olhar, das marés tens a esperança

Zarpando para o oriente, seda de apaixonar!

O colibri anuncia, a luz doura o trigal,

Dentre os girassóis, és a mulher despida

Em melancolia, vestida em lamentos

Içados ao crepúsculo lunar, teu mar...

Pelo navegar de amar!

16/01/2013

Porto Alegre - RS