É ela, é ela, é ela

É ela, é ela, é ela

Que eu avistei da varanda

Sobre os seus olhos na janela

Que criatura mais linda, bela

Com suas coxas despidas

Os seus seios sobrepujantes

Sentir um arrepio, um calafrio

Que passou pela nuca até o fim da canela

Com aquele seu olhar lânguido, doce e vil

Sonhei acordado desejando aquela musa

E entreguei-me a esse amor pueril

Tornei a passar novamente pela mesma janela

Para ver se os meus olhos iam de encontro ao dela

Senti-me como um cavaleiro que protege uma donzela

Tornei-me obsessivo, armei sentinela

Então pensei, meu Deus só pode

Ser ela, ela, ela

Que faz o meu coração bater tão forte

Que chega a sentir na costela

Imaginei-me em um conto de fada daqueles

Que tudo parece sonho de primavera

Porém a veio a verdade bater em minha porta

E derrubar o meu orgulho do alazão

Descobri que minha amada de olhos doces e enigmáticos

Possuía apenas um olhar confortante

Mas um caso de amores trágicos

Tornei-me a sentir um fracassado

Andando por becos e ruelas aos frangalhos

Abatido, sozinho e exausto

Não pensava em mais nada somente nela

Aquela história para mim foi indigesta

Senti-me com uma adaga no coração

Que atravessa o peito até a goela

deixando preso a respiração

De mim sobrou apenas o cadáver do poeta

Pois não aceitava ver outro amor

Confortado nos braços dela

Pois me enganei a pensar que o meu amor seria somente para

Ela, ela, ela.

Kaynne
Enviado por Kaynne em 17/01/2013
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