Vendaval de Agonia
Olho dentro de mim
E me pesquiso,
E me estudo,
E me analiso,
E não me conheço...
Quem sou eu?
Perdido em mim mesmo,
O coração dilacerado,
Sem um amor ao meu lado
E a cama vazia... somente eu!
Por onde anda aquele amor
Que tanto sonhei
E que em vão desejei?
Sumiu nas estranhas do tempo
E mais uma vez me percebo:
Estou só!
Sou um solitário das madrugadas,
Encharco travesseiros e almofadas
E minhas lágrimas tristes
Formam cachoeiras de solidão
Que são levadas pelos ventos
Nas tempestades de minha agonia...
As horas são implacáveis,
Minuto a minuto olho o chão,
Pois contemplar o céu
É descobrir-se finito
Perante o infinito da imensidão...
Viajo sozinho dentro de mim
E nem de saudade posso sofrer,
Porque não há um querer,
Não há prazer... Está tudo vago!
Então diante do mundo me calo,
Diante de mim me calo
E adormeço... sonho...
Talvez aí haja um recomeço!