Rabo de Saia
Chove deveras em minha horta,
Adubo feminino faz germinar a semente,
Por isso sou gavião faminto, homem impertinente
Que devido ao rabo de saia não tem vida amorfa.
Edifiquei um harém e nele pus beldades perfeitas,
De todos os matizes tenho sempre um exemplar,
Levo-as na boleia do meu destino a todo lugar
E pincelo-as com o amor de minha receita.
São elas as fecundantes de minha religião,
Doutrinadoras implacáveis do meu coração
E só um dogma tornou-se ladainha: felicidade...
Meu solo é fértil e vai frutificar por muitos anos,
Em cada semente são elaborados diversos planos
Para que o viver seja transportado para a eternidade!