Rabo de Saia

Chove deveras em minha horta,

Adubo feminino faz germinar a semente,

Por isso sou gavião faminto, homem impertinente

Que devido ao rabo de saia não tem vida amorfa.

Edifiquei um harém e nele pus beldades perfeitas,

De todos os matizes tenho sempre um exemplar,

Levo-as na boleia do meu destino a todo lugar

E pincelo-as com o amor de minha receita.

São elas as fecundantes de minha religião,

Doutrinadoras implacáveis do meu coração

E só um dogma tornou-se ladainha: felicidade...

Meu solo é fértil e vai frutificar por muitos anos,

Em cada semente são elaborados diversos planos

Para que o viver seja transportado para a eternidade!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 16/01/2013
Código do texto: T4087268
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