O AMOR É INVENCÍVEL
Um dia andaremos pela hora incerta
Deixaremos a porta aberta
O relógio não mais marca a hora
Acabou a hora da pilha
A ilha está distante da trilha
Ficamos pelo meio do caminho
Sem conhecermos seu principio e seu fim
Viver é alinhavar corpos com almas de cetim
É criar peso ater-se ao chão de benjoim
É libertar-se preso pelo coração
É sobretudo nada se não for para amar
Sem a essencia do amor
Só existe tralha e talha de camucim...
Ah! Amar é tudo é sair de si
O amor é o oxigênio da vida
É flutuar em frenesi noutra dimensão
É rir por nada e por convicção
É estar noutro corpo em tépida imersão
É se amalgamar como terra e mar
Tudo vale apena pelo êxtase da leveza plena
De se poder amar em mares de açucena
só ele cria peso pra esta vida continuar leve em seu fardo
Como uma pena que o vento embala
Sem cardos rasteiros pra se segurar
Qual um colibri dourado pelo sol morno do amor sentido
Chiando dentro do peito ardido sem que pra voar tivesse crido
É chuva depois de haver caído
Deixa tudo mais limpo e branco como pó de amido
Vai levando a sujeira do mundo
Para o abismo do submundo
Vai renovando o verde das árvores
Assuntando o coração como um vulcânico saltar
Toda loucura de amor faz a gente refrescar e levitar
Toda loucura de amor no ciclo das existências
É gente envolvida dentro da gente neste tempo presente
Só o amor traz o futuro de volta e sem ânsia
Pois que tem visão a distancia
Nada nele perece porque não o vistes mais o sentistes
Nele tudo se move vive e existe...