O AMOR É UM OVO
Enches-me com teu sensual enxame
Dito isso me escondo no teu recôndito inaudito
No teu colo incólume chego ao ápice de teu cume
O sangue ferve na contratura da criatura imberbe
Assino no teu ventre o futuro de nosso carne
O fruto de nosso gozo pende na tua gestação
Tu és árvore frondosa com pistilos de prosa
Odores de rosas dançantes e concupiscentes
O almiscarado odor indecente
Que desprende da noite malemolente de teu colo
Impregna iridescente atordoando a mente
Um peso se forma do contrapeso
Um compasso sem forma arde
A brasa fica ao sabor do vento como fio aceso
Oxigenação dos mistérios da criação
A bolsa em formação florida com um botão
Recamada de rosas colhidas na inseminação
Harpas em surdina o vento balouça
As crinas do cavalo alado que alucina
Nos coruchéus das serras rebenta a cerração
Dos pássaros ledos que esvoaçam em multidão
Aos altos berros o pupilo adentra outro mundo
Espia e respira a expiação
A gota do mar das fundas entranhas
Vindo de Ossanha em contração
É testemunha de nossa paixão tamanha....
Uma estrela chega flamejando gritos de caldas umbilicais
Das entranhas de nossa constelação...
RESPIRANDO NA EVOLUÇÃO DE NOSSAS DIGITAIS...