Platônico Amor
Dedicado A...
Quando os meus olhos eu pus
E avistei a solidão de tanto desamor
Tua alma foi para as trevas luz,
Corando a minha face pálida de rubor
Mas foi triste este meu devaneio,
De amar-te assim em triste penitência
Sonhando toda noite neste enleio
Sem ao menos notar-me a existência!
Um pensamento talvez te passe,
Em seus lábios embriagados em pureza,
Quisera que a dor lhe embaçasse,
A lágrima solitária da infortuna tristeza!
Mas meu anjo ao menos saberia
Quanto amor devoto ao peito gemente,
Se soubesse então em mim creria
Beijando minha fronte tão loucamente!
Quanta felicidade então se expande
Vendo-a sequer podendo então beijá-la
Aqui na minha alma a paixão grande,
Satisfaz-me somente por poder amá-la!