O AMOR É ETERNO
Nada é pra sempre
Só o nosso amor radiante é sempterno
É sopro que não morre inclemente
São nuvens do tempo eterno
Elo que vela céu e terra
É canto de passarinho
Que a tarde trina baixinho
Vendo a chuva passar devagarzinho
E se aninha no ninho
A bramir na lápide finzinha do dia
A negra flor da noite que se anuncia
E se aquece em súbitas estrelas
Num só redemoinho
Como prosa emplumada na poesia
Pra se enamorar num gesto infindo
Como uma lagarta a medir seus passos
O passado vai ficando pra trás se contraindo
E o futuro vai se expandindo
Na sanfona da contração
É remanso infinito
Que dando as mãos
Pra qualquer lugar
Já se vão sumindo
Pois que sabem
Que seu mundo
Não é só de beijar o chão...