MAR! AMAR!
Almejar... amar ao mar!
Singrar... não ver o tempo passar!
Despojar nas praias do seu corpo, ávido!
Sentir a brisa úmida da sua boca, impávido!
Flutuar nas ondas do seu ventre... e delirar!
Ar! Mar! Amar!
Velar, revelar e velejar!
Balouçar na maré arfante da sua respiração,
abrasar no calor ardente da sua transpiração,
espraiar na ilha dos teus braços... e naufragar!
Oh, mar! alma de amor!
Oh, dilúvio abarcador!...
Seus segredos são profundos
e a sua beleza encanta mundos!
Se não teme os fatores adversos,
que dirá dos fenômenos dos meus versos?!
que imerso no seu universo,
faz, da sua grandeza, o mirante
transportar-se além do horizonte!
Mar - Amar!
confluência singular:
se revolto, assusta, mas fascina;
se calmo, receia, mas anima!
São tormentas que acalmam
e calmarias que atormentam!
Ó maré! que flui e influi a favor,
permita-me, pois, sonhar sem receio
e amainar, ao seu balanceio,
neste seu mar mor de amor!