Retalhos em pequenas cartas

A cada tinta grifada nas letras impressas

Pelas penas da minha pomba que soltei

De madrugada chora, ressuscita e morre,

Na constante duração do dia de cor negra

Da ponta estropiada que atinge meu vazio

Papel retalhado propositalmente.

Inseri em cada linha tortas palavras

Que revelavam uma dose de descontrole emocional

A bruta pedra de um coração aonde frutificou

Algumas rosas violetas que até lembravam

Sua pequena boca. Voltaria a ser criança

A ser a sórdida moléstia incurável totalmente

Alastrada no seu corpo; afadigando qualquer

Chance de solidão em um pileque maduro.

Renato Narciso
Enviado por Renato Narciso em 07/01/2013
Código do texto: T4072597
Classificação de conteúdo: seguro