Poesia em desespero

Já não acredito no amor dos poetas!

Aquele que vem e alaga desertos

Que não deixa pedra sobre pedra

Vira poema torto ou soneto discreto

Inspiro-me no desespero do suicida

Ou do alcoólatra em crise de abstinência

Sem o receio de perder a vida

Temendo o medo da sobrevivência

Já não me declaro pra Thereza

Desfaço-me da paixão secreta

Não vejo na poesia a sutileza

Já não acredito no amor dos poetas!

E se ao final acabo embriagado

Nos braços de quem não é predileta

É porque não ando mais apaixonado

Pois não acredito no amor dos poetas!

José Benício
Enviado por José Benício em 07/01/2013
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