Poesia em desespero
Já não acredito no amor dos poetas!
Aquele que vem e alaga desertos
Que não deixa pedra sobre pedra
Vira poema torto ou soneto discreto
Inspiro-me no desespero do suicida
Ou do alcoólatra em crise de abstinência
Sem o receio de perder a vida
Temendo o medo da sobrevivência
Já não me declaro pra Thereza
Desfaço-me da paixão secreta
Não vejo na poesia a sutileza
Já não acredito no amor dos poetas!
E se ao final acabo embriagado
Nos braços de quem não é predileta
É porque não ando mais apaixonado
Pois não acredito no amor dos poetas!