NO CARRO DE APOLO

NO CARRO DE APOLO

Jorge Linhaça

Ó Apolo, deus poeta de mil façanhas,

Levai-me em teu carro sobre a imensidão

para aplacares a dor em meu coração

que me esfacela e flagela as entranhas.

Permiti que os corceis de Hélio, o deus Sol,

Me levem ao encontro de minha amada,

Deusa das águas, Afrodite encarnada

Quando mergulhares no hades , em arrebol

Que as rodas ardentes corram no espaço,

Deixando a esteira do fogo do amor

Até me transportar para o doce regaço

De minha amada, num idílio restaurador,

Retirando de minha alma o descompasso,

Extirpando de meu peito essa atroz dor.