Mãos alucinadas

Procuro a tua boca na escuridão

Reconheço-te pelo cheiro,

Num horizonte pleno de obliquidade...

Saboreio a tua sombra

Escorregando nas minhas coxas...

Afogas os lábios nos meus seios

Curvados para as tuas mãos...

Inventa-me o deslizar do tempo

Numa história feita de loucura!

Molha-me momentos de prazer,

Suga-me a paz,

Faz-me delirar

Num prefácio escrito na devassidão!

Inventa-me as tuas mãos em mim,

A ansiedade consumindo-me a alma!

Acaricia-me os suspiros,

Delimita-me os beijos,

Em ti!

Engana-me a sede de paixão,

Brotando-me de cada poro!

Quero-te!

Desejo-te!

Vem saborear-me os impulsos desmedidos,

Deixa as minhas mãos alucinadas

Percorrerem a tua fantasia...

Inconfessa!