Agonia

Agonia

Quero dizer adeus!

Necessito exprimir!

Não quero sonhar o sonho dos loucos dos desesperados

De mãos estendidas a espera de migalhas de pão

Não quero ouvir palavras que não sejam tuas

Não quero expressões copiadas

Frases formadas

Preciso de algo mais puro que impurezas espalhadas ao chão.

Noites em vão amor de verão.

Quero dizer adeus!

Que me sangre o peito

Que minha alma chore

Que minha carne trema

Que minha cabeça delire

E me transforme em riacho seco para não refletir tua imagem.

Sedução miragem

Por todos os dias passados

Por todas as noites rasgadas alquebradas

Por todos os passos que dei coração alado

Por todos os rastros que deixei ao longo da jornada

Por todas as palavras ditas e mal ditas.

Tudo não resume num abraço

Não acaba num beijo, é mais que um simples laço.

Por todos os dias de encanto agora desencatados.

É parte de mim que não consigo arrancar sem judiar!

Entrou-me pelos poros

Entrou sem bater

E eu me perdi sem te ter

Necessito te esquecer!

Mesmo que seja ferida que não cura.

Chaga que não fecha portas a bater.

Dor que não cessa - Amargura

Grito que não posso ouvir sentir

Olhos no infinito.

Deuses – mitos

Sentimento doce e tênue a ferir-me

a calar minha voz, a agonizar-me.

A espremer o âmago e dele fazer brotar flores.

E o odor do vazio não que seja tardio, mas sem reciprocidade.

Eu vou dizer adeus e morrer lentamente cada dia.

Sim, será a minha agonia.

Amantino Silva 10/03/2012