Inaugura-se em nós a Era Quântica

Pressentimos o desabrochar da Primavera anunciada,

na leveza do afago da emoção obliquada e

no caleidoscópio de luz emergente,

que nos revela

o astrolábio urgente do toque dos corpos.

Navegamos na bolina das copas altaneiras,

protegidos pelas sombras de todas as arvores aéreas,

no magnetismo de eléctrodos polinizados

em cera de abelhas.

Encontramo-nos, enamorados, abrigados na caverna

acesa das palavras e, livres no voo de asas,

pássaros ao abandono, planamos no desejo

do ladear dos passos, num traçado reaceso,

num contínuo, num sistémico processo.

Reajustamos o Espaço, ungimo-nos glorificados,

sublimados no suor e na saliva escorrida

da boca aberta do beijo, escotilha vigia da Vida.

Por nós, agora o fragmento do átomo canta,

inaugura-se em nós a Era Quântica.

Mel de Carvalho
Enviado por Mel de Carvalho em 09/03/2007
Reeditado em 04/04/2007
Código do texto: T406750
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