A MULHER QUE EU AMO
(Sócrates Di Lima)
Olho a janela e lá fora uma chuva fina,
A paz compõe meu coração e conforta,
Minha alma leve e segura, me ensina,
Que amar em paz é o que importa.
E nesse tom de importância,
O meu amor me completa,
Me preenche com abundância,
E não preciso para ninguém mais, ser poeta.
A minha poesia desfila em passarela,
Meus versos sempre tomaram a forma dela,
Um amor bonito e real pintado em tela,
Na tela viva que o meu coração sempre vai mantê-la.
É ai que eu falo da mulher que amo,
Da doçura que é o seu coração,
Do cuidado para comigo quando a chamo,
Nas vozes desse amor banhado na paixão.
A mulher que eu amo tem a voz de querubim,
Mas, se eu vacilar tem voz de coronel,
Quer ver sangue escorrer até o fim,
Pisando na cabeça coo quem pisa em um pastel.
Contudo, no fundo, bem lá no fundinho,
Lá no fundo mesmo, na boa,
Ela é uma mulher meiga e cheia de carinho,
Rosa sem espinho, um doce de pessoa.
Basilissa é a mulher que eu sempre amei,
E a amo porque ela é assim e muito mais,
E ela tem um amor desses que eu sei,
Que em mim, outro, jamais.
E se de repente a gente se desentenda,
Não mais tenho direito de ver os olhos dela lacrimejados,
Melhor do que uma infeliz contenda,
É continuar amando e dela cuidando, mesmo que brigados.
Ah! Que a alegria em amá-la me faz Rei
E no coração dela reinando,
Doravante começo um novo reinado, bem sei,
Pois ela é a mulher que amei e sigo amando.