NAVIO DOS JOGOS PROIBIDOS

abandone a casa do seu pai

diga à mãe aonde sopra o vento

p'ra que chegue inteira a mensagem,

venha, o navio dos jogos proibidos

sobe pelo clarão até a miséria da lua,

onde virgens leiloadas amarram himens nos anzóis

é hora do delito

- percamos as vestes

para entrar no sonho,

na sua carne

conheço a fúria da docilidade,

todos os calores são orações,

é hora do delito

- percamos as vestes

para entrar no sonho,

portais agrários rangem

assovios de fogo

de viajantes sem cabeça

e relâmpagos motores,

na sua carne

eu conheço a vontade

e sei dos prazos

ao recolher na rosa

animalidades safas

cavando minos na sua alma brava