AMOR HOSPEDEIRO
Então, habitante do meu interior?
Que fazer com as lágrimas que rolam face afora?
Por vezes perdida, nessa vida bandida
Ouço dizeres para eu partir, ir embora, vida afora.
Quisera eu sentar-me contigo, ser amiga
Falar de coisas fáceis, bobagens do dia-a-dia.
Sonhar feita moça donzela e feito ela repousar o desalento
E que o leve o vento, e fique apenas a cantiga da ida.
Ah, habitante, hospedeiro
Guerreiro, de certo, que nunca desiste.
Insiste e se embrenha pelas minhas entranhas
Canta o canto da sereia, incendeia-me de desejo e persiste.
Abre caminhos, segue o rio
Eu sorrio e rio feito moça donzela e feito ela encontro a calmaria.
Ah, habitante sem caminho
Seja meu ninho e dar-te-ei o meu corpo
O meu amor, o meu carinho.