POEMA DE ENCONTRAR-TE
Caminhava pela vida só
e de repente surgiste,
trazendo no olhar
o universo inteiro
que em tantos olhares procurei
sem encontrar...
Pouco a pouco,
senti que me cativavas,
que eras o alguém
que sempre desejei!
Mas não ficaste.
Tão de mansinho
como surgiste te afastaste.
A quê hei de comparar-te?
A um dia de primavera?
Não.
És mais que isso.
Um dia de primavera se vai
e a beleza de suas flores
fenece num instante.
Tu no entanto
permaneces em mim.
A uma lufada de brisa?
Talvez.
A brisa embala a vida
e a torna repleta de sonhos.
E eu passei a sonhar
pensando em ti.
A uma estrela?
Sim.
Comparar-te-ei a uma estrela
no infinito a brilhar.
Não a uma estrela qualquer
mas àquela longinqua e inatingível
que meus olhos vêem
e meu coração não consegue alcançar...
Que tristeza conhecer-te e perder-te!
Descobrir tarde demais
a morada da felicidade.
Mas não hei de chorar.
Saberei seguir sem me importar...