O amor em tempos de cólera
AH O AMOR
COISA RETRÁTIL
RECHEADA DE ESQUEMAS TÁTICOS
E PROEZAS...
FUI EU
VITIMA
CULPADO E CÚMPLICE
DAS TUAS FLORES
ESPINHOS
E CORRENTEZAS
E CAI MAIS DE MIL VEZES
DE ARVORES
CHEIAS DE FRAMBOESA...
SORRI CHOREI...
ACHEI QUE A TRISTEZA
IRIA PREVALECER
MAS AQUI ESTO EU
ENTRE MORTOS E FERIDOS
ESTÚPIDOS
E CUPIDOS
ACHANDO QUE VALEU
CADA LAGRIMA ESCORRIDA
ACHANDO QUE A VIDA
SÓ PODERIA TER SIDO
MESMO ESCULPIDA
PELO FORMÃO DO AMOR...
AH O AMOR...
É TÃO FÁCIL...
É SÓ SE DAR...
E ENTRAR NO FOGO
COMPLICADO É SAIR DESSE JOGO
POIS QUANDO CHEGA O DEPOIS
UM DOS DOIS
SEMPRE SAI FRÁGIL
DESSA PENDENGA
MAS
NUNCA SE RENDA
VOCÊ AINDA PODE JOGAR
NA MILHAR
OU NA CENTENA
EXISTEM GALEGAS E
MORENAS
E UMA INFINIDADE DE COMBINAÇÕES
QUE AINDA ME FAZEM
ACREDITAR QUE VALE A PENA...
VIVER O AMOR...
AH O AMOR
AMOR QUE SEMPRE ASSISTI
NO CINEMA
AMOR DESSES COM BEIJOS
DE SOMBRINHA
SOBRE O RIO SENA
AMOR DESSES CHEIOS DE CORTEJO
DESSES QUE EU SINTO O CHEIRO
E ESCREVO POEMAS
PARA QUE SE ETERNIZEM
AS CENAS...
AMORES DESSES DOS TEMPOS DE ESCOLA
AMORES DESSES TAIS GREGOS
ÉPICOS, PLATÔNICOS
QUE MESMO QUE AGORA
EM TEMPOS DE CÓLERA
AINDA LEVANTAM MEUS PELOS
AMOR...
AH O AMOR...
FOTOGRAFIA EM ALTO RELEVO
QUE FUSTIGA A ALMA
FORMIGA O PEITO
MORRI ME AFOGUEI
MATEI...
MAIS AINDA
ACHO LINDA
TUA FORMATAÇÃO
CASTELOS
BULEVARES FLORIDAS
PENHASCOS
ARRANHA CÉUS
ESTRATAGEMAS
TANTA COISA...
PRA SER VIVIDA
E EU AQUI...
VENDO TUDO DE CIMA...
BUSCANDO UMA RIMA
PARA DAR FIM A ESSE POEMA
E EXPLICAR
DE UMA VEZ POR TODAS
QUE O AMOR VALE A PENA
QUE RUIM MESMO
É VIVER
SEM AMAR...
E SEM SENTIR
O CLIMA DO AMOR
NO FRIO NA BARRIGA
NAS CHEGADAS E PARTIDAS
NA PERDAS DE SONO
NO BRILHO DOS OLHOS
NA ALEGRIA E NA DOR
AHHH...O AMOR
É ELE QUE MOVE
É ELE QUE FAZ A VIDA.
(Poema para ser lido ouvindo: A história de Lilly Braun, Teresa Cristina)