De Tudo, Apenas!

Mais de cinco décadas e ainda não consigo decodificar

Tudo que se passa em meu peito.

É tanto que, por vezes, parece que vou me sufocar...

A impressão que tenho é a de que de algum jeito,

Quanto mais extraio, mais brota,

Obrigando-me a fazer constantes ajustes na rota.

Não, não é uma reclamação.

Antes, uma constatação.

Acostumei-me a viver em permanente maré alta,

Desejo irrevogável da alma.

Tudo é pouco para mim.

O mundo me pede muito pouco, enfim.

Em vista do excedente de afeição,

Que me habita o coração.

Já gosto de quase tudo,

Mas, poderia afagar outros mundos.

Sei que há muitos por aí...

...Há carinho sobrando por aqui!

A capacidade de afetividade,

Duplicou-se com a maturidade.

Há uma nova consciência, felizmente!

Acredito, agora sim, estar apto verdadeiramente,

A amar.

Entrego-me hoje ao suspirar,

Com muito mais naturalidade.

Domino um pouco melhor os caprichos da personalidade.

Sei que, ao final,

Perante a luz sideral,

De tudo que apostei,

Apenas, o que amei,

Vingará,

Constará!

Ficará!

...Eternizar-se-á!

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 29/12/2012
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