De Tudo, Apenas!
Mais de cinco décadas e ainda não consigo decodificar
Tudo que se passa em meu peito.
É tanto que, por vezes, parece que vou me sufocar...
A impressão que tenho é a de que de algum jeito,
Quanto mais extraio, mais brota,
Obrigando-me a fazer constantes ajustes na rota.
Não, não é uma reclamação.
Antes, uma constatação.
Acostumei-me a viver em permanente maré alta,
Desejo irrevogável da alma.
Tudo é pouco para mim.
O mundo me pede muito pouco, enfim.
Em vista do excedente de afeição,
Que me habita o coração.
Já gosto de quase tudo,
Mas, poderia afagar outros mundos.
Sei que há muitos por aí...
...Há carinho sobrando por aqui!
A capacidade de afetividade,
Duplicou-se com a maturidade.
Há uma nova consciência, felizmente!
Acredito, agora sim, estar apto verdadeiramente,
A amar.
Entrego-me hoje ao suspirar,
Com muito mais naturalidade.
Domino um pouco melhor os caprichos da personalidade.
Sei que, ao final,
Perante a luz sideral,
De tudo que apostei,
Apenas, o que amei,
Vingará,
Constará!
Ficará!
...Eternizar-se-á!