Teus passos
Miras o espaço vazio e canta suas cores nos aclives
Mares onde soa os trópicos nascidos no canto do primeiro pássaro
Aprendeste a voar com asas de sol
Ias como frequência de rádio, irradiada por luzes diminutas
E de minuto em minuto se via nos olhos de uma bailarina
Aprendeste a dançar com sapatilhas de vidro
Dias primitivos enrijecem a tez da incansável menina no ponto de ônibus
Confia à retina do plebeu um abrigo pra pousar teu rosto
Aprendeste a esperar com a inércia do tráfego
Nos desenhos pitados na fumaça de seu cigarro ascendente
Pula corda com sua futura filha e conta estórias de anjos e gerações
Aprendeste a sorrir colidindo esferas
Faltaria-me a juventude e os bares
Meus sapatos já não seriam os mesmos
Somente as páginas, testemunhas envelhecidas
Dariam à pena o valor de ser ensaio
Me ensinaste a amar
"Cem em mim", quedar
O tempo