O AMOR DEVE SER *
O amor deve ser:
falado,
gritado,
gemido,
berrado,
umedecido,
sem reservas fruído,
nas alcovas, sob arvoredos,
em bancos, nos carros ...
nos elevadores,
trepados, isento de medos,
com dispensa de segredos;
Amores
incontidos,
derramados,
enciumados
escrachados
Que os chãos fazem tremidos.
Amores com pruridos
São tais que muito doídos ...
Que sejam, os amores, derramados
Por abertas comportas,
Extravasados,
Que não se contenham
Entre "quatro paredes" - quão tortas -
Tampouco se atenham -
No comentar, às linhas pálidas,
Esquálidas,
Esmaecidas, quase mortas.
Ao amor foi reservado o grito.
O amor em continência - restrito
Nega-se à pulsão natural,
Visto que amor verdadeiro,
Faz-se no todo e por inteiro:
Este é o irrecusável, sublime amor animal.
* Para as poetisas que falam de amor.
O amor deve ser:
falado,
gritado,
gemido,
berrado,
umedecido,
sem reservas fruído,
nas alcovas, sob arvoredos,
em bancos, nos carros ...
nos elevadores,
trepados, isento de medos,
com dispensa de segredos;
Amores
incontidos,
derramados,
enciumados
escrachados
Que os chãos fazem tremidos.
Amores com pruridos
São tais que muito doídos ...
Que sejam, os amores, derramados
Por abertas comportas,
Extravasados,
Que não se contenham
Entre "quatro paredes" - quão tortas -
Tampouco se atenham -
No comentar, às linhas pálidas,
Esquálidas,
Esmaecidas, quase mortas.
Ao amor foi reservado o grito.
O amor em continência - restrito
Nega-se à pulsão natural,
Visto que amor verdadeiro,
Faz-se no todo e por inteiro:
Este é o irrecusável, sublime amor animal.
* Para as poetisas que falam de amor.