AMAR OU MORRER...
Eis-me então ressurgido
do visco matreiro
dos teus feitiços
que por encantamentos,
me faz teu cárcere,
teu prisioneiro incondicional...
perpetuo entre
faunos e elfos
em tuas florestas
pontuado por teu visgo,
por teu junco dolorido
contrito e prosternado
desde a insólita vez
que meus olhares
te encontraram,
tu me incendiares
como palha seca
ao calor do deserto
no sol mais radiante e
com efêmeros desejos
sinto, beijar-te
ser teu único submisso
ser teu súdito vassalo
um pagador de promessas
para ter-te em meus braços
cambiaria meus castelos
meus tesouros,
tornaria-me um andrajo
um molambo esfarrapado
eternizando-me
aos teu pés
que rujam meus clamores
em poder vislumbrar
teus falares, como cantos
das sereias encantadoras
dos homens perdidos
desorientados, apaixonados
pelos amores incontidos
destemidos, sanguinários...
abjuga-me desse destino
dessa prisão perétua...
mulher que me fascina
como as ondas
como os mares
que um mortal andante
poderia apetecer
para ser teu amor
ser teu homem
ser teu amante?
alheio dos teus afetos
o abismo me chama,
conjura-me
exorciza-me
dos teus quereres
me faça um anjo
um querubim
mata-me
morra-me...
Romulo Marinho