AMAR OU MORRER...

Eis-me então ressurgido

do visco matreiro

dos teus feitiços

que por encantamentos,

me faz teu cárcere,

teu prisioneiro incondicional...

perpetuo entre

faunos e elfos

em tuas florestas

pontuado por teu visgo,

por teu junco dolorido

contrito e prosternado

desde a insólita vez

que meus olhares

te encontraram,

tu me incendiares

como palha seca

ao calor do deserto

no sol mais radiante e

com efêmeros desejos

sinto, beijar-te

ser teu único submisso

ser teu súdito vassalo

um pagador de promessas

para ter-te em meus braços

cambiaria meus castelos

meus tesouros,

tornaria-me um andrajo

um molambo esfarrapado

eternizando-me

aos teu pés

que rujam meus clamores

em poder vislumbrar

teus falares, como cantos

das sereias encantadoras

dos homens perdidos

desorientados, apaixonados

pelos amores incontidos

destemidos, sanguinários...

abjuga-me desse destino

dessa prisão perétua...

mulher que me fascina

como as ondas

como os mares

que um mortal andante

poderia apetecer

para ser teu amor

ser teu homem

ser teu amante?

alheio dos teus afetos

o abismo me chama,

conjura-me

exorciza-me

dos teus quereres

me faça um anjo

um querubim

mata-me

morra-me...

Romulo Marinho

Romulo Marinho
Enviado por Romulo Marinho em 27/12/2012
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