Nem ai
A maré cheia reclama do lixo na areia
O marujo no barco à deriva mareia
Eu ouço tua voz nas cordas duma viola
Que o artista sensatamente ponteia.
No colcheio da mínima sou criança,
Sou passaro, sou esperança
Viola feita de prata, onde está aquela
Ingrata que me deixou no meio da dança.
Enquanto na maré cheia o marujo
Pede socorro, o vento penteia
A relva sorridente no morro
Meu coração salta no peito
Não tem jeito, viola minha viola
Por ela sei que ainda morro.
Se morrer, morro feliz
E sem um pingo de remorso
No mareio do marujo
Sei que navegar não posso.
Viola minha viola
Coração plangente o nosso.
Eu morro de amor por ela
Mas ela não tá nem ai